segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Estações


Trocou-se mais uma estação:
O trem andou...
E  as flores ainda não abriram
Trocou-se a estação
Saltei...andei um pouco
Voltei para o trem novamente

Trocou-se a estação
O vento frio cortou-me a boca
O vento frio calou-me a boca
Não pude parar
O perfume, não senti
O trem foi veloz

Trocou-se mais uma vez de estação
Passei entre os vagões
E não achei um lugar que fosse meu
Não encontrei, ocuparam o meu lugar
Ou talvez não fosse meu!

E o vento ressecou-me a pele
Veio tão frio que resfriou o meu peito
Tão frio que sangrou-me a alma
Eu queria apitar
Pedia para parar...
O trem não parava, não podia, não devia
A fé falava baixinho no meu ouvido gelado
“ Você ainda encontrará um lugar”

Que angústia esperar
Que angústia não ter um lugar
Ver o “teu” lugar ocupado
E mais uma estação vem se aproximando...
Pronta para continuar?



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Lembranças e borboletas.





















Doces lembranças são como belas borboletas
Que de tempos em tempos:
Algumas vezes primaveras, outras vezes invernos
Vem nos visitar...
Lembranças de tempos, de pessoas
De amigos e de sonhos
Que fizeram diferença em nossa história.



Belas lembranças
Doces borboletas
Refrescam a alma e nos lembram
Quem realmente somos:
Somos histórias ambulantes!

Que alternam entre primavera e inverno
Outras vezes também podem ser
Outono ou verão...

Quando não somos histórias ambulantes
Podemosser  as borboletas, que trazem e levam
Doces lembranças

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Reparei este ano nas flores do inverno, tive algumas impressões, talvez porque este ano floriram muito, talvez porque uma alegria permitiu-me enxergar melhor...elas parecem diferentes; talvez a diferença esteja em mim.O poema abaixo, de Florbela espanca explica melhor:




  • EXALTAÇÃO


  • Viver!... Beber o vento e o sol!... Erguer Ao Céu os corações a palpitar!Deus fez os nossos braços pra prender,E a boca fez-se sangue pra beijar!A chama, sempre rubra, ao alto, a arder!...Asas sempre perdidas a pairar,Mais alto para as estrelas desprender!...A glória!... A fama!... O orgulho de criar!...Da vida tenho o mel e tenho os travos. No lago dos meus olhos de violetas,Nos meus beijos extáticos, pagãos!...Trago na boca o coração dos cravos!Boêmios, vagabundos, e poetas:--- Como eu sou vossa Irmã, ó meus Irmãos!...


  • Florbela Espanca