quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Uma boca e muitas lembranças


Vi uma outra boca igualzinha a sua
Perdida por uma terra de ninguém
Vi como que não queria nada
Assim, sem beijar ninguém

Mas não pense que desejei esta boca
Lembrei-me foi da tua, disfarçada, austera
Pois bem não cheguei às estrelas...
Nem pisei teu chão
Ficamos por aí soltos
Quem sabe na escuridão

Um misto de força maldita, abstrata
Miscigenada entre o bem e o mal
Somos assim: humanos

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Quimeras

         
Queria te dar um abraço que te curasse
Que em silêncio te contasse os meus segredos
E aos poucos virássemos um só

Dizer-te-ia então que a minha alma reclama a tua
Não para possuí-la, mas para se miscigenar
Que os meus pensamentos também são os teus
E que vivemos um no outro sem saber

E então por fim eu te largaria
Com os braços ainda frágeis
E o coração acelerado
Olhos vívidos a brilhantes

E num profundo silêncio
Diria que te amava, que te queria
Que te sonhava
Entre duas perdidas primaveras
Num vasto encanto juvenil!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

E assim se foi...



Á medida que o tempo passava, eu percebia  que te amava
E percebi que não podia te amar assim
Como você era apenas um sonho, decidi não te amar mais
Eu te esperava sempre dormindo...

Por um tempo eu quis que você fosse o meu caminho,
Minha estrela, meu florescer
E por teimar em ti eu andei
Andei sozinha, esperançosa e quieta
Por um longo caminho até te esquecer.
Por um tempo, fui feliz
Te amava, te esperava
Se você vinha às quatro, desde as três eu já era feliz”
Já dizia a raposa ao Pequeno Príncipe no livro homônimo

E eu também era assim contigo, era!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Estações


Trocou-se mais uma estação:
O trem andou...
E  as flores ainda não abriram
Trocou-se a estação
Saltei...andei um pouco
Voltei para o trem novamente

Trocou-se a estação
O vento frio cortou-me a boca
O vento frio calou-me a boca
Não pude parar
O perfume, não senti
O trem foi veloz

Trocou-se mais uma vez de estação
Passei entre os vagões
E não achei um lugar que fosse meu
Não encontrei, ocuparam o meu lugar
Ou talvez não fosse meu!

E o vento ressecou-me a pele
Veio tão frio que resfriou o meu peito
Tão frio que sangrou-me a alma
Eu queria apitar
Pedia para parar...
O trem não parava, não podia, não devia
A fé falava baixinho no meu ouvido gelado
“ Você ainda encontrará um lugar”

Que angústia esperar
Que angústia não ter um lugar
Ver o “teu” lugar ocupado
E mais uma estação vem se aproximando...
Pronta para continuar?



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Lembranças e borboletas.





















Doces lembranças são como belas borboletas
Que de tempos em tempos:
Algumas vezes primaveras, outras vezes invernos
Vem nos visitar...
Lembranças de tempos, de pessoas
De amigos e de sonhos
Que fizeram diferença em nossa história.



Belas lembranças
Doces borboletas
Refrescam a alma e nos lembram
Quem realmente somos:
Somos histórias ambulantes!

Que alternam entre primavera e inverno
Outras vezes também podem ser
Outono ou verão...

Quando não somos histórias ambulantes
Podemosser  as borboletas, que trazem e levam
Doces lembranças

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Reparei este ano nas flores do inverno, tive algumas impressões, talvez porque este ano floriram muito, talvez porque uma alegria permitiu-me enxergar melhor...elas parecem diferentes; talvez a diferença esteja em mim.O poema abaixo, de Florbela espanca explica melhor:




  • EXALTAÇÃO


  • Viver!... Beber o vento e o sol!... Erguer Ao Céu os corações a palpitar!Deus fez os nossos braços pra prender,E a boca fez-se sangue pra beijar!A chama, sempre rubra, ao alto, a arder!...Asas sempre perdidas a pairar,Mais alto para as estrelas desprender!...A glória!... A fama!... O orgulho de criar!...Da vida tenho o mel e tenho os travos. No lago dos meus olhos de violetas,Nos meus beijos extáticos, pagãos!...Trago na boca o coração dos cravos!Boêmios, vagabundos, e poetas:--- Como eu sou vossa Irmã, ó meus Irmãos!...


  • Florbela Espanca

domingo, 19 de maio de 2013

Bonecas de porcelana.


Quando eu era criança, queria ser uma "boneca de porcelana" na vida. Eu achava a coisa mais linda. Achava que devia ser maravilhoso ser lindinha, ter vestido rendado e rodado, sapatos bonitinhos e uma carinha que mantivesse sempre a mesma expressão.
Depois que cresci, percebi que bonecas de porcelana, quebram, são frágeis, manipuláveis e quase inexpressivas. 
Mantive os sapatos bonitinhos, amo os vestidos rodados e renda está na moda. Mas optei por ter ação, por não ficar parada, por tentar equilibrar razão e coração.
Ainda admiro as bonecas de porcelana, afinal sou mulher e fui menina, quero uma para colocar de enfeite. Mas não quero ser uma. 
By: Débora Lyrio

terça-feira, 14 de maio de 2013

Então...há!


Há quem se conforme com seu destino
Há quem luta para mudá-lo
Há quem vê mais do que deveria
E há também quem não vê nada
E há quem se conforme...

Mudar de rota, alterar o destino
Nem sempre é fácil...
Fácil é escolher uma zona de conforto
É querer quem não te questiona
Quem não abala a tuas estruturas
Até que tenhas certeza de que és!

Não, não sei que quero mais
A "sorte" um amor tranquilo
Como cantava Cazuza
Quero VIDA!

Não quero ser pálida, gélida
E muito menos, sem sal
Quero ser o tempero!
Que provoca, que exprime a alma
Até que dela saia a essência!
Que transforma, que invade
Que inunda e que transborda

Para depois de tudo isso sim...
Venha aquilo que o amor é especialista:
Eternizar, em corpo e alma, uns nos outros!  Ass: Debora Lyrio

domingo, 12 de maio de 2013

Entre...

Entre o querer e o não querer
Entre o sentir e o ignorar
Entre o sem sal e o indescritível
Entre os abraços e os discretos suspiros
Entre os maliciosos olhares e o desprezo
Entre olhos castanhos e os alternam a cor
Entre as mãos que indecifravelmente se tocam
Entre dois mundos 
Entre...
Entre tais e tais coisas
Pessoas
E sentimentos
Está algo, lá dentro
Lá no fundo
Pois bem:
Entre!

sábado, 13 de abril de 2013

DECLARAÇÃO DE AMOR À VIDA



 Na minha infância eu me questionava muito sobre a vida. E imaginava o que existiria sem ela, antes dela e depois dela.Ficava horas me torturando, mas um dia caí em mim, e independente de qualquer resposta eu cheguei à seguinte conclusão:
      A verdade é que amo viver.E sempre gritarei que amo viver.Independente de que concorde ou discorde de todos os problemas nos quais o mundo está envolto e das resoluções humana. Falo, exprimo, escrevo, e grito isto: que viver é fantástico. Em primeiro lugar , amo sentir o vento no meu rosto, amo sentir o amor das pessoas amigas e amadas, amo chocolate! E depois amo tudo que  é inerente à vida. Ah! É uma pena quando as pessoas não entendem o valor da vida.
     Tenho pena de quem não sabe viver, de quem não dá valor à vida, de quem não sabe amar! De quem não sabe que é preciso ser feliz. Há quem não sabe que se deve viver audaciosamente, com coragem para ser feliz. É preciso que se tenha fé na vida! Eu tenho fé. Não tenho dúvida de que viverei muito feliz. 



                                                                        X






terça-feira, 26 de março de 2013

Pode até parecer fraqueza
Para você que não me entendeu
Para você que não soube enxergar o brilho especial nos meus olhos 
Que eram só para você!

O Tempo dedicado a você
Que não prestastes atenção
Que endureceu o coração
Ou que teve MEDO!!!

Medo de se entregar
De se render, de se surpreender

É pode parecer fraqueza ou ilusão minha
A tua insegurança, o teu desejo escondido
Mas quem disse que não estava lá...

Eu vi, eu senti, eu estava pronta...
Eram teus, só teus
Os meus sonhos, os meus anseios 
Os meus desejos 

Por anos, por todos estes anos
Eu estava bem ali, a tua sombra
Ao teu lado
ESTAVA!


segunda-feira, 25 de março de 2013

Exposta...

Não, não vou me curvar aos conceitos alheios
Não vou permitir que me julguem por fora
Não, não e não!
Ninguém vai me condenar por quem eu não sou

E quem eu sou?
Você sabe?
Ou me julga?

Um enigma nunca é fácil
E já dizia a esfinge:
"Decifra-me ou eu te devoro"
Mas eu não sou um enigma
Muito menos a esfinge
Embora, às vezes quero mesmo é devorar

Devorar o preconceito que gira em torno de mim
Preconceito este, que rejeita tudo aquilo que é diferente
E eu sou sim: diferente.
Nem sempre falo aquilo que penso
Quando falo, devasto o que há em volta

Mexo sim, com os conceitos, com os pensamentos
Questiono profundamente, pois eu  profundamente vejo...
Ponho sem querer o dedo na ferida
Quem me recusa?
Aquele que esconde algo, que esconde seu interior

Não tenho a pretensão de ver o interior das pessoas
Mas algumas vezes vejo...é sem querer
Quando alguém reconhece isto e tem medo
Me rejeita, me aborta, me exclui 

Mas por quê? Não quero fazer mal
Não quero expor, não quero ferir
Se acaso falo, é para prevenir

Estranho dom...
Maldição talvez?
Perco aquilo tudo que mais amo
Sinto dores dilacerantes

Mas não me arrependo de ser quem sou.





quinta-feira, 14 de março de 2013

Sobre poesia


Eu gosto de poesia porque ela é reveladora 
Tira o véu que há por trás dos olhos
Ela entrega as verdades mais ocultas do ser humano
É o vento e a asa que te faz voar
Te conta os segredos mais sutis da vida
Adoça os momentos de amargura
Mostra a tua alma a ti mesmo
Eleva, transforma, conforta, anima 
Te faz rir, e mesmo que te faça chorar a emoção é pura
Cheia de encantamento 
A poesia é um sonho transitório entre a realidade
E o sono físico
Vem poesia...escara a minha alma
E mesmo que os outros não entendam...

sexta-feira, 1 de março de 2013

Depois


E depois de todos os amores e pesares 
A vida segue seu caminho
Segue sem medo e muitas expectativas
Não quero mais tantos sonhos 
E tantas possibilidades de ilusões
Quero realidades
Coisas palpáveis, pessoas amáveis 
E situações inacreditáveis
Sou eu aqui, de carne e osso
De alma translúcida
E coração ardente
Quero todas a sensações 
Todos os bons sentimentos  
 Quero uma vida plena e cheia de amor.
  Débora Lyrio.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Com amor para Teresinha Cani



Antes ia buscar um poema um lindo poema
Que falasse apenas de encantamento
Do encantamento que você produz

Depois resolvi buscar um poema de amor
De todo amor possível
De tudo o amor que te conduz

Andar por esta terra nem sempre é fácil
Há momentos de muita alegria
Mas há também momentos de dor
Entre um e outro, há sempre este sentimento
Que une, que ri, que chora
Que faz questão de compartilhar
Tudo aquilo que sente o amigo
Por muitos motivos, sinta agora a meu abraço.

Muitos beijos para você minha querida
E eterna professora.
Débora Lyrio

Ai que vontade...



De me sentar ao teu lado no chão da sala 
De falar sobre particularidades 
De tomar aquele vinho preferido 
De comer pequenas besteiras e falar sobre nós

Falar o que sobre nós?
Sobre doces e amargos desentendimentos
Os doces ficariam ressabendo na boca
Como um vinho bom

Os amargos seriam digeridos com gargalhadas tão altas
Que incomodariam os vizinhos

Mas é claro, felicidade incomoda
Incomoda ao outro tudo aquilo que ele não tem

E nós teríamos tudo
Pois eu, não precisaria de mais nada
Apenas uma boa conversa
Pratos limpos, um bom vinho
E das gargalhadas é claro
Essenciais para mim.
Débora Lyrio


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O que mais sobra a mim se não calar-me? Escrever, talvez? 
Mas há algo que não me sobra, ao contrário: farta-me o peito e entope-me a alma...
Chega à minha garganta e então não podendo sair volta, e faz este movimento, dia e noite, noite e dia: Cabeça, peito, garganta, um mal que tem que ser absorvido ou extrapolado...

Orações e poemas

E agora? O que preciso?
Acho que de orações e poemas
Orações nos fazem conectar com Deus
Entender ou melhor aceitar as curvas que o rio da vida faz
E os poemas?
São doces consolos à alma 
São suaves tentativas de entender a si e aos outros
Ah sim, são eles: orações e poemas
que me salvam. - Débora Lyrio

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Para uma reflexão pessoal.



Eu por muitos anos fui uma pessoa que ia à igreja quase todos os dias. Não admitia nem para mim e nem para ou outros quase nenhuma outra concepção de pensamento religioso, apenas aqueles que continham mais afinidades com o meu pensamento.
Entretanto eu cresci em todos os sentidos, inclusive religiosamente. Aprendi que independente da “farda” religiosa que as pessoas carregam, “elas tem a lei escrita já em seus corações”, e isto eu aprendi ouvindo de um padre amigo meu, cabe a estas pessoas seguir ou não.E nesta corrente filosófica continuei a caminhar, acreditando na minha igreja, renovando a minha fé, mas não deixando de pensar que outros tinham tanto ou mais do que eu, esta luz também acesa dentro de si. Conheci e interagi com pessoas de diversas outras religiões e deixei formar em minha ingênua alma “ícones” religiosos. Pessoas que de tão aparentemente equilibradas, solícitas com os outros, aparentemente boas de coração, capazes de, se não puder ajudar também não atrapalham, que se mostravam compenetradas e comprometidas com os dois mandamentos que resumem toda a lei: “Amar a Deus sobre todas as coisas” e “Amar o próximo como a ti mesmo” e com suas próprias doutrinas.
Em momento algum, deixei de crer na verdade da minha religião, vi, erros graves, de pessoas baluartes dela, e achei que como é muito grande, houvesse mais do que em outras. Mesmo sem me aprofundar, ou participar de outras,há muito venho observando, conhecendo pouco a pouco e, sobretudo respeitando todas as outras. Contudo, em minhas observações aos poucos fui vendo que não é tão diferente assim da minha não. Elas tem, sua luz natural, sua treva natural, e aquele toque que só o ser humano sabe dar: eu sei, eu conheço, eu propago, mas no momento crucial, quando eu tenho que escolher,  eu opto por fazer de conta que não sei, por dar valor à “uma força maior”, uma lei, uma regra,sem olhar  o contexto, sem olhar se talvez eu sendo obrigado a seguir em frente, não deixe para trás o irmão.Quem sabe não é mais é  mais simples do que se pensa? Você vai fazer tudo o que precisa fazer sem prejudicar nem a sua postura pessoal, nem o nome da religião que você vive e nem prejudicar o irmão.
Com tudo, neste texto quero dizer, não levante a bandeira de uma religião, qualquer que seja ela, se você não tem a capacidade de sustenta-la. Resolva-se com Deus, pois erros, falhas e pecados, todos nós temos, mas talvez seja menos grave quando é só entre você e Deus. Não mostre à uma comunidade aquilo que você somente tenta ser, pois além de você demonstrar que é uma pessoa  sem jogo de cintura para aplicar suas convicções religiosas em todos os âmbitos de sua vida, você também estará jogando por terra  a crença de outro que se espelham em sua suposta contemplação do Bem Supremo.